domingo, 30 de novembro de 2014

Comunicado de Desligamento do Quadro Social


Sendo a Filosofia, a Arte de Aprender a Pensar, porque o ser humano atual possui argumentos sem fins? Argumentos vazios juridicamente, fruto da ignorância sobre o setor. Então, o olhar fica no foco pessoal, sob o próprio ponto de vista, e de lá só é visto seus próprios interesses e desejos. Sou fruto do movimento social, por isso possuo uma trajetória profissional extensa no terceiro setor. Liberalismo e Mercantilismo não estão escritos no meu histórico, nem no pensar, nem no sentir, tampouco no agir.

Profissionalmente e desde muito cedo, senti os resquícios da Oligarquia e ditadura militar que exterminaram amigos e familiares. Estive dentro do Poder, sempre representando o terceiro setor, presente em momentos importantes da política pública de juventude no estado da Bahia, seguindo com novas atuações para o governo federal do Brasil, garantindo experiência prática direta na atuação com o Terceiro Setor e tudo que o envolve.

Em meados de 2011, na sequência de diversos acontecimentos pessoais, saímos eu e minha companheira, de Salvador – BA para a Comunidade Figueira em Carmo da Cachoeira – MG, onde ficaríamos para um período de recolhimento e paz experimentada. Ainda dentro da Comunidade, fui procurado por pessoas que já haviam passado por lá, e no momento estavam na cidade de Carmo com suas famílias, interessados em se organizar para fazer um projeto de educação na cidade. 

 O encontro pareceu produtivo. Saímos dali e começamos a organizar as ações que poderiam proporcionar o encaminhamento de tal empreitada. Achávamos que estávamos entre pessoas amadurecidas, honradas e leais e aceitamos participar. Deixamos a Comunidade, retornamos para Salvador, vendemos o que tínhamos e retornamos para Carmo da Cachoeira para iniciarmos o trabalho. 

Fizemos então uma nova diretoria para a instituição (Instituto Escola viva) que estava inativa já há alguns anos. Contudo, esta nova diretoria, composta por estas mesmas pessoas que se mostraram interessadas em um trabalho coletivo e social, não suportou muito tempo. Desconfiança e Desunião o fizeram não sair dos papeis, culminando na partida de todos da cidade, sem o menor senso de compromisso coletivo e responsabilidade com o Instituto. Mesmo assim, porque sou compromissado permaneci próximo e fiz relação com a cidade para tentar viabilizá-lo.  

 O tempo foi passando e o recurso vindo de Salvador, que nos subsidiava acabou. Ninguém nos ajudou a ter uma forma de renda, passamos por momentos difíceis sozinhos, apesar da casa sempre cheia e aberta. Hoje mais conscientes percebemos, pessoas que não sabem o que é serem coletivas pessoas que nunca nos ajudaram, mas se aproveitaram.  Contudo, ainda assim, sem nada receber, a pedido da secretaria de educação da cidade, apresentamos um projeto à escola municipal Professora Wanderléia do Prado Nascimento e o aprovamos, mas como já não tínhamos mais como nos sustentar naquele presente momento, decidimos retornar para Salvador. 

No dia 8 de janeiro de 2014 chegou à nossa casa um grupo de dez pessoas residentes na cidade interessados no projeto. Não havia móveis. Não havia alimento e aquele monte de gente reunida. Essa gente soube que o projeto havia sido aprovado e estavam todos ali a dizer querer colaborar. Abertos e confiantes, nós mais uma vez aceitamos tentar. Novamente a reunião de eleição e posse para uma nova diretoria para o instituto virou puro constrangimento, porque não dizer, virou crime.  

Uma grande injustiça perante a verdade pura das nossas almas. Não precisávamos do Instituto para realizar o projeto circo escola!  Aqui, reconhecemos o nosso erro. Fomos acusados de querer usurpar o instituto, uma grande loucura coletiva de um grupo de ignorantes que não compreendem realmente nada de nada a fundo mesmo. 

 Voltamos para Salvador em abril de 2014, não podíamos mais esperar o trâmite do governo federal que aprovou projetos para o primeiro semestre e não tínhamos nenhuma notícia de repasse a este respeito.  Em julho, contudo, a diretora da escola entrou em contato, pois o recurso do projeto aprovado estava na conta. Ou seja, seis meses depois...

O que impulsionou a “nossa” volta a Carmo, primordialmente a da Maria foi a primeira experiência com o projeto circo escola viva e as crianças da escola contemplada. Foi um sonho realizado para elas. Está escrito nas suas cartas. Além do mais concebemos o projeto para ser implantado e executado, portanto, tínhamos um compromisso assumido com as crianças com a escola e com os ministérios da educação e cultura. 

 E assim se fez mais uma vez, a tentativa com o instituto de passado carregado: de desunião, usurpação, ganância e sem nexo, tampouco trabalho. Para que o projeto circo – escola não deixasse de ser realizado, apesar dessa feiura toda que o cercou, continuamos a trabalhar passando dificuldades e críticas e ainda rodeados de pessoas que se mostraram nos seus discursos cosmopolitas e cósmicas, mas nas suas ações retóricas e maldosas. 

Chegamos ao fim da primeira etapa do projeto (03 meses)  com três pessoas de fato executando-o. Maria na escola com as crianças, Carlos em Salvador com suporte executivo e quando presente na cidade esteve na escola dando suporte pedagógico, e a terceira, Fabrício (0XX11999204021) em são Paulo que veio no dia 12 de outubro (dia do início das atividades circenses previstas no cronograma do projeto) instalou os equipamentos no ginásio de esportes da escola Wanderléia, para na sequência retornar uma vez por mês até 21 de janeiro completando, portanto os seis meses do programa e do plano de atividade cultural. 

No mês em curso (novembro), porém, fomos informados que o recurso restante referente à execução da segunda etapa do projeto ainda não esta no caixa da escola, tendo previsão de repasse para até dia 31/12/2014, o que por vez inviabiliza nossa permanência na cidade, como também a vinda de Fabrício instrutor de circo de São Paulo.

Cumprimos até então, com o cronograma do projeto circo escola, bem como, com nosso compromisso ético e profissional. O projeto produziu material digital de apresentação, capacitação para captação de recursos, está nas redes sociais com um blog (http://circoescolaviva.blogspot.com.br) e uma página no facebook (https://www.facebook.com/CIRCOESCOLAVIVA?ref=hl), produziu instrumentos e acessórios cênicos, tem equipamentos circenses instalados na escola por 04 meses. 

O instituto que nada tinha fora do papel, agora tem conta no banco do Brasil um projeto de 20 mil reais aprovados, do qual já foram utilizados na execução do mesmo, durante os três meses R$7.300,00 para pagamento de pessoal e locação de equipamentos e materiais. Ademais, como diretor executivo do instituto, e voluntário do projeto circo escola investi nesta empreitada, em torno de 4 mil reais em passagens Salvador São Paulo Carmo da Cachoeira, fora alimentação, e gastos com  documentação para  ampliação das possibilidades do instituto.  

Mediante explanação, afirmamos, portanto, para todos desta diretoria, que este documento deixa claro que não temos o interesse de permanecer nesta organização em parceria com os que dela faz parte e, portanto, colocamos à disposição os nossos cargos em momento pertinente. A prestação de contas do repasse pela escola para o projeto já foi feita, e será repassada a quem possa interessar. 

À diretoria do instituto e conselheiros.
Atenciosamente,
Rodney Carlos Moreira Santos
Dir. Executivo

Adriana Maria Azevedo Borba
Dir. Institucional

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